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| Zé João tocando gaita e eu cantando. |
O Zé era um cara divertido e inteligente, falava com as mãos e todos o entendiam. Era um talentoso artista, que ponteava um violão com virtuosismo e dedilhava sua gaita com rara habilidade. Tocou para invernada do CTG Cel. Chico Borges por pelo menos uns 30 anos. Por pelo menos 5 desse anos, me acompanhou nos diversos concursos de chula dos quais participei, lá nas décadas de 70 e 80. Tínhamos um entrosamento perfeito que nos levou a diversas conquistas pelos rodeios do Rio Grande, eu na chula e ele na gaita piano. Chegávamos nos rodeios e eu ia direto na comissão organizadora fazer as nossas inscrições. Algumas vezes o Zé tava tranquilo, proseando com os amigos, quando ouvia seu nome sendo chamado no tablado. Mesmo sem saber que eu o havia inscrito no concurso de gaita, ele ia lá e "matava a pau", conquistando mais um troféu para a sua já numerosa galeria de premiações.
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| Zé João na gaita e eu na chula. |
Juntamente com seu irmão Edegar Mateus, o Zé João também integrava o conjunto Os Mateus, que animava os inesquecíveis "Chimarrões Dançantes", que aconteciam no Chico, ao entardecer dos domingos.
Por ser um excelente gaiteiro, o Zé João também tocou pra invernadas artísticas de outros CTGs do litoral norte, dentre os quais o João Sobrinho, de Capão da Canoa e os Piazitos de Torres, de Torres.
Mas o tempo e a vida, acabaram nos afastando. Eu vim pra Porto Alegre e o Zé voltou a morar na propriedade onde nasceu e se criou, no distrito de Campestre, interior do município de Santo Antônio. Passou lá seus últimos anos e morreu ontem, solito no seu rancho, de causas ainda desconhecidas.
O velório é das 12h as 15h de hoje, na capela Bom Jesus e o enterro será as 15 horas no cemitério de Santo Antônio da Patrulha.
Que Deus conforte os corações de seus filhos Carine, Bianca Zelito e Carlito, e dos demais familiares.
Lamento muitíssimo a morte do Zé.
Onde estiveres, Abre a gaita, Zé João!!!!
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