05 julho 2021

41 ANOS DE UM ENCONTRO MARCANTE

João Paulo II com integrantes dos CTGs. Jairo Reis, de barba, ao lado do Papa. 

No dia 05 de julho de 1980, o saudoso Papa João Paulo II visitava a capital dos gaúchos, Porto Alegre.    Dentre as tantas atividades programadas para o santo homem, estava um importante encontro com religiosos no Gigantinho.
A Secretaria de Turismo do Estado entendeu que seria importante aproveitar aquela ocasião para mostrar ao sumo pontífice, alguns aspectos da cultura e da tradição do Rio Grande.
Para tanto, mobilizou as lideranças tradicionalistas da época.  Expoentes como Paixão Côrtes, Barbosa Lessa, Rodi Borguetti, Edson Otto, Nico Fagundes, Onésimo Duarte, o tio Djalmo Oliveira, o meu pai Jarcy Reis e tantos outros, uniram-se para elaborar e oferecer um grande espetáculo ao Papa.
Foram convocados os cinco melhores grupos de dança da época: CTG Brazão do Rio Grande de Canoas, CTG Aldeia dos Anjos de Gravataí, 35 CTG de Porto Alegre, CTG Maragatos de Porto Alegre e CTG Cel. Chico Borges de Santo Antônio da Patrulha, do qual eu era integrante e instrutor.

Ao lado do Gigantinho, um cenário com cinco tablados, era abraçado por mais de uma centena de cavalarianos posicionados numa espécie de parábola.
Nos referidos estrados, sob o comando do mestre Paixão Côrtes, os cinco grupos fizeram uma apresentação conjunta das principais danças gaúchas, para admiração do Papa, que já passava pelo local naquele instante.     
João Paulo II aplaudiu entusiasticamente o espetáculo e, descendo do “papa móvel”, fez questão de registrar fotograficamente, aquele encontro com os dançarinos gaúchos.  Quis o destino que ele viesse se posicionar ao meu lado.  Aproveitei o privilégio e abracei o "véinho polaco".     

Dias depois, após ser veiculada nos principais jornais do Rio Grande do Sul, uma das fotografias foi publicada na Manchete, uma das mais prestigiadas revistas do país na década de oitenta.
Quarenta e um anos já se passaram e eu ainda sinto desmedido orgulho e uma pontinha de emoção, pelo privilégio de ter sido um dos personagens daquele momento de cultura, de arte e de fé.  
Lembro com saudades dos peões e prendas que, como eu, vivenciaram aquela sensação indescritível. Do nosso grupo, além de mim, estavam a Ana Maria, a Zica, o Márcio, a Silvana, o Gigio, a Andreá, o Luizinho, a Silvânia e o Sirângelo. Lamentavelmente, o Márcio e o Luizinho já faleceram, mas os demais, graças a Deus, ainda estão vivos e saudáveis.

Pra ilustrar este relato, publico uma das fotos daquele dia inesquecível, na qual eu apareço, barbudo, usando um chapéu de copa alta, ao lado do “homem”.

Gracias meu Deus, por esse encontro marcante na minha vida. 

E viva a tradição gaúcha!!

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