24 setembro 2019

UM PATRIMÔNIO DESPREZADO



É lamentável o que aconteceu nesta segunda-feira, 23/09, na Capital dos Gaúchos.  
Em nome do "progresso",  virou um monte de entulhos o prédio que abrigou o Grêmio Gaúcho, primeira entidade tradicionalista do Rio Grande do Sul, fundada por João Cezimbra Jacques, em 1898.  Só deixaram terminar os Festejos Farroupilhas pra cometer este ato absurdo.
O Gauchinho, como era chamada a entidade, já não funcionava mais há muitos anos.  O prédio, que ficava em um terreno de quase seis mil metros quadrados, localizado na Avenida Carlos Barbosa, mesmo que deteriorado pelo tempo, seguia lá, de pé, com suas paredes centenárias impregnadas de história.
No local, já chegou a funcionar um estacionamento, uma lavagem de veículos, uma oficina e , por último era ocupado por três famílias que foram atendidas pelo Departamento Municipal de Habitação (Demhab) na semana passada e estão recebendo aluguel social.
Segundo a Procuradoria-Geral do Município (PGM),  o imóvel foi declarado de utilidade pública desde 2012, para construção da Avenida Tronco. Depois de cumpridos todos os precedimentos  legais, o terreno foi desapropriado e seus atuais proprietários  receberam uma indenização no valor de R$ 5.434.985,00.
Em 2014, o saudoso vereador Bernardino Vendruscolo, chegou a aprovar o tombamento histórico do Grêmio Gaúcho, mas o então prefeito José Fortunatti vetou o projeto. Desde então, ninguém no legislativo municipal retomou o assunto.   Uma lástima.
Essa  inércia lamentável das autoridades municipais, literalmente fez cair por terra não só um patrimônio dos rio-grandenses, mas um pedaço fundamental da história e do tradicionalismo gaúcho.  Incompreensível desprezo de quem devia cuidar do nosso passado histórico.

Um comentário: