08 setembro 2012

A PUJANÇA DOS FESTIVAIS

Saiu na coluna "Pampianas", página 6 do Segundo Caderno da Zero Hora deste sábado, um texto de minha autoria no qual faço uma pequena e modesta reflexão sobre a importância dos festivais nativistas.  Opiniões e comentários, favoráveis ou não, serão muito bem aceitos.
Aproveito para agradecer aos colegas de ZH pela oportunidade e distinção ao meu trabalho.
Para os que não leram na ZH, eis o texto completo.



A PUJANÇA DOS FESTIVAIS                                        Jairo Reis *
Há quem diga, e não são poucos, que os festivais nativistas do Rio Grande do Sul estão morrendo, que andam numa mesmice só e não tem a importância de outros tempos.   Permitam-me discordar destes pessimistas. Os festivais estão cada vez mais pujantes e proliferam no cenário artístico cultural do Rio Grande.
Ah! mas alguns eventos tradicionais deixaram de ser realizados, como a Califórnia da Canção, de Uruguaiana, por exemplo. Geradora do que hoje chamamos de Movimento Nativista, a Califórnia, por razões que não cabem ser discutidas neste espaço, anda capengando nos últimos anos.  
Sim,  e quantos mais surgiram  e se firmaram nestes 40 anos de Nativismo?
Atualmente no Rio Grande do Sul, são realizados cerca de 45 festivais de música por ano,  sempre com obras inéditas.   Se considerarmos que em cada festival são acolhidas em média 400 inscrições, chegamos a um total de 18.000 canções concorrentes.  É uma produção poético musical de fazer inveja.
Destas 18.000 músicas inicialmente  inscritas, em torno de 700 são selecionadas nas triagens e credenciam-se a participarem efetivamente dos festivais, sendo apresentadas em palco.   Aproximadamente 540 delas ficam registradas em CDs e DVDs.
Assim como este volume de criação impressionante, precisa ser considerado outro aspecto igualmente importante e acima de tudo fundamental no ambiente festivaleiro:  a geração de trabalho e renda.
Cada uma destas 700 músicas classificadas, é defendida no palco por grupos de músicos formados em média por 5 integrantes, quatro instrumentistas e um intérprete. Isto forma um universo de 3.500 artistas atuando e, por conseguinte, recebendo seu quinhão, que vem do rateio das ajudas de custos, da divisão de uma possível premiação para a obra que defenderam ou até mesmo resultante de um destaque individual, como letrista, melodista, intérprete ou instrumentista, por exemplo.
Além dos compositores e músicos participantes, outros profissionais também tem nos festivais uma forma significativa de remuneração. Empresas prestadoras de serviços e o comércio das cidades anfitriãs igualmente veem seus caixas engordarem com a movimentação gerada pelos festivais.
O mercado dos festivais está cada dia mais atuante, é aquecido economicamente e acima de tudo é fundamental para a valorização e a difusão da arte e da cultura rio-grandenses.
Vida longa aos festivais e ao Nativismo gaúcho!

*Comunicador da Rádio Rural AM 1120

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