23 agosto 2016

EFEMÉRIDES RIO-GRANDENSES - 23 DE AGOSTO

23/08/1851: Nasce em Cachoeira do Sul, o escritor, médico, político e senador Ramiro Fortes Barcelos.    Foi deputado de 1877 a 1882, senador de 1890 a 1906. Em 1902 criou a denominação de Cruzeiro para a nossa moeda. Nome este que viria a ser utilizado pelo governo Getúlio Vargas a partir de 1940.    Como escritor, utilizava a alcunha de Amaro Juvenal, tendo se notabilizado pela autoria do poemeto campestre Antônio Chimango, lançado em 1915. A obra político-satírica, dividida em cinco rondas, como se fossem rondas de tropeiros junto as topas, se baseia na rivalidade política com seu primo Antônio Augusto Borges de Medeiros, então presidente do estado. A alcunha atribuída por Ramiro Barcelos, deve-se a semelhança de Borges de Medeiros com o rapinídeo, não só no aspecto físico, mas também no proceder.
Antônio Chimango, hoje já com mais de vinte edições, teve sucesso extraordinário, e é considerada uma obra-prima pelo seu sarcasmo e genuíno cunho gauchesco.
Ramiro Barcelos  faleceu em 28/01/1916, em Porto Alegre.


Guerra da Degola
23/08/1895: Assinado em Pelotas, por João Nunes da Silva Tavares,  General Juca Tavares (maragato) e Inocêncio Galvão (pica-pau), o “Tratado de Pelotas”, que determinou a pacificação final da Revolução Federalista, conhecida como Guerra da Degola, ocorrida de 1893 a 1895.

22 agosto 2016

EFEMÉRIDES RIO-GRANDENSES - 22 DE AGOSTO

22/08/1796: Nasce em Taquari, no local chamado Pinheirinhos, o General e grande líder da Guerra dos Farrapos, David Canabarro.      
De nome David José Martins iniciou sua carreira militar em 1811.  Mais tarde, entre 1825 e 1828,  foi tenente das tropas de Bento Gonçalves na Guerra da Cisplatina.    Por volta de 1836, adota o sobrenome Canabarro por insistência de seu tio, que era descendente dos Canavarros de Portugal.  
Na Guerra dos Farrapos, juntou-se tardiamente ao movimento.  Iniciou como tenente, mas rapidamente galgou postos, assumiu o comando em junho de 1843, quando Bento Gonçalves, desligou-se do comando.       
Sua única derrota em toda a guerra foi na Batalha de Porongos, onde relaxado pelas negociações de paz que empreendia com o Barão de Caxias, foi surpreendido pelos soldados de Mouringue, tendo sua tropa massacrada, inclusive os Lanceiros Negros. A Batalha de Porongos deu origem a uma discussão histórica em torno de David Canabarro.  Em 1844, os negros farrapos representavam quase metade do contingente rebelde farroupilha. Neste mesmo ano, em busca da paz, Caxias teria negociado com o general David Canabarro o extermínio dos soldados negros numa batalha supostamente arranjada, a “Surpresa dos Porongos”, em 14 de novembro de 1844.  Como seria de se esperar, os valorosos infantes, lanceiros e cavaleiros negros do pampa farroupilha foram derrotados pelas tropas imperiais.        Como chefe dos revoltosos, aceitou a anistia oferecida pelo governo em 18 de dezembro de 1844  e assinou a Paz de Ponche Verde em 25 de fevereiro de 1845.  
David Canabarro morreu em 12 de abril de 1867, em Santana do Livramento.



22/08/: Dia Internacional do Folclore.     O termo inglês Folklore, resultado da junção de duas palavras Folk (povo) Lore (conhecimento), foi utilizado pela primeira vez em 22 de agosto de 1846, pelo arqueólogo britânico Willian Thomson, com objetivo de criar uma palavra que denominasse o que se poderia chamar de “antiguidades populares”.  A definição foi amplamente aceita e propagada, sobretudo, pela Universidade da Pensilvânia.  
Em 1960, como forma de homenagear Willian Thomsom, a Unesco designou o dia 22 de agosto como o Dia Internacional do Folclore.    
Em 1965, o Congresso Nacional Brasileiro oficializou o dia 22 de agosto com o Dia do Folclore Brasileiro.   
Atualmente a definição mais completa de Folcore é o conjunto das tradições e dos costumes de um povo.

17 agosto 2016

TRINTA ANOS DE SAUDADE


Numa tarde fria do dia 17 de agosto de 1986, aos 63 anos de idade, partia para a Estância Celestial, o meu saudoso e queridíssimo pai, Jarcy Cândido dos Reis, grande tradicionalista e líder comunitário. Em sua passagem por este plano, o pai deixou importantes exemplos de religiosidade, de solidariedade, de fraternidade, de amor ao próximo e, sobretudo, de humildade. Nascido em 4 de janeiro de 1923, “lá nas Lagoa”, interior de São Francisco de Paula, meu pai era um autêntico gaúcho serrano e conservou esse jeito de ser até os últimos dias de sua existência. Viveu a maior parte de sua vida em Santo Antônio da Patrulha, onde fixou raízes a partir da década de 1940. Casou-se, em 1949, com a minha mãe, Maria Oliveira dos Reis, com quem teve três filhos: Dalva, Pedro e este que vos escreve. Com o passar do tempo, inseriu-se de forma marcante na comunidade patrulhense. Ajudou a instalar uma paróquia da Igreja Episcopal Anglicana e foi um dos fundadores do Ctg Cel Chico Borges, tendo ocupado vários cargos na patronagem da entidade, chegando ao posto máximo de Patrão, em 1977. De 1978 a 1981, exerceu o cargo de coordenador da 23ª Região Tradicionalista do MTG, entidade da qual também foi conselheiro. Esta sua paixão pela tradição fez brotar em mim e nos meus irmãos, o gosto pela arte, pela cultura e pelo regionalismo gaúcho, legado este que já alcançou seus netos e bisnetos. Em 1981, uma grave enfermidade fez com que ele perdesse a visão. Apesar deste infortúnio, conseguiu manter o bom humor, sua fé inabalável e aquela fantástica vocação para falar a coisa certa na hora certa, a qualquer um que o procurasse em busca de conselhos. Em 1982, foi merecidamente agraciado com o Título de Cidadão Patrulhense. 

Após a sua morte, meu pai foi merecedor de diversas homenagens da comunidade de Santo Antônio da Patrulha. Dentre estas deferências, destaco o fato de existir uma rua com seu nome, no bairro Cidade Nova, e a gentileza da Moenda da Canção em oferecer ao Melhor Letrista do festival o Troféu Jarcy Cândido dos Reis.
Passados trinta anos sem a presença física do meu pai, a saudade ainda é enorme, pois ele foi, e sempre será, meu amigo, meu ídolo e uma referência em todos os aspectos da vida.