Neste dia 02 de junho, o CTG Patrulha
do Rio Grande completa seu Jubileu de Prata.
Vinte e cinco anos dedicados a promover, praticar, incentivar e divulgar
o tradicionalismo gaúcho em Santo Antônio da Patrulha. Ao longo deste tempo, o “Patrulha”, como é
carinhosamente chamado pela comunidade patrulhense, foi se estruturando, se
organizando, se popularizando, acolhendo novos integrantes, renovando suas
patronagens e hoje se destaca como uma das mais atuantes entidades
tradicionalistas do Litoral Norte gaúcho.
A passagem
desta data reavivou em minha memória as primeiras ações desenvolvidas por um
pequeno grupo de tradicionalistas visando a criação da entidade, no já distante
ano de 1987.
Naquela época
o único CTG da cidade, Cel. Chico Borges, vivenciava conflitos internos que
impossibilitavam sua plena atividade. Em
decorrência daquela inércia o espírito tradicionalista em Santo Antônio da
Patrulha passava por uma crise motivacional.
Diante daquela
inadequada situação, eu, que havia voltado recentemente para Santo Antônio, depois
de me ausentar por seis anos, fiquei preocupado com o destino indesejado que
aquela realidade poderia reservar à tradição gaúcha na minha cidade.
Por ser à
época um tradicionalista atuante, não poderia deixar a coisa como estava.
Sentindo-me na
obrigação de modificar pra melhor aquele quadro e tentar reacender o ânimo
tradicionalista na coletividade, fui pessoalmente a procura de outros bombachudos,
também descontentes com a situação, para ouvir suas opiniões e, principalmente,
mobilizá-los à uma tomada de posição.
A primeira
prosa foi numa janta na casa do Pedro, meu irmão. Lá estavam alguns que depois
viriam a ser parceiros de ideal. Depois daquele encontro, vários contatos foram
feitos e o resultado deste meu esforço foi o agendamento de uma reunião cujos temas
seriam: A situação da tradição gaúcha em nossa cidade e O que se poderia fazer
para reacender o espírito tradicionalista.
A programada
reunião aconteceu, sob a minha coordenação, na sede da AABB, numa noite
chuvosa, em meados do mês de maio de 1987. Como recompensa, saboreamos um
delicioso carreteiro preparado pela Eunice Laranjeira.
Depois de
calorosa troca de idéias e sugestões, os cerca de vinte participantes, cujos
nomes podem ser verificados em ata, concluíram que, diante das razões expostas,
seria muito difícil uma tentativa de reaproximação
e até mesmo de participação no CTG co-irmão, entendendo que o melhor caminho
poderia ser a criação de uma nova entidade tradicionalista. Esgotados os argumentos, foi então marcada
uma nova reunião para o dia 02 de junho, sendo sugerido a cada um dos
participantes que convidasse para o próximo encontro pelo menos mais um
tradicionalista. E assim aconteceu.
Na noite de 02
de junho de 1987, compareceram cerca de quarenta gaúchos formando a primeira
assembléia, desta feita presidida pelo meu irmão Pedro Reis. Eu preferi ficar de secretário, tarefa para a
qual ninguém, exceto eu, se apresentaria como voluntário.
Argumentos,
teses e explicações foram emitidas e na sequência, como primeiro ato daquela
assembleia, foi decidido por unanimidade que seria criada uma nova entidade
tradicionalista em Santo Antônio da Patrulha.
Passada a
euforia inicial, foi lançado o desafio para que os participantes sugerissem
nomes para o “filho” que recém havia nascido.
Várias sugestões foram oferecidas, mas a que granjeou a aclamação da
maioria esmagadora dos participantes foi proposta por Rivadávia Barreto: CTG
Patrulha do Rio Grande
Bueno, o CTG
estava criado, mas quem o administraria em seus primeiros momentos de
existência? Para definir esta questão,
ficou determinado pelos participantes desta mesma reunião do dia 02 de junho de
1987, que se formaria uma comissão organizadora, cuja principal incumbência
seria realizar os procedimentos
burocráticos para a existência jurídica
da entidade. A referida Comissão,
com mandato de um ano, era integrada por Pedro José de Oliveira Reis na função
de presidente; eu, Jairo Reis de secretário; Rivadávia Barreto de segundo
secretário; Milton dos Santos era o tesoureiro e o meu tio Juca, José Lima dos
Reis, de segundo tesoureiro. Ficou
decidido também que todos os participantes daquele encontro seriam considerados
sócios fundadores do CTG Patrulha do Rio Grande.
A partir
daquela data, novas reuniões foram realizadas, durante as quais foram eleitos o
lema e o brasão da entidade. O lema “Gaúchos de pé, defendendo o nosso chão”,
foi sugerido pelo radialista e sócio-fundador Arli Corrêa. O brasão do CTG foi criação do jornalista e artista
plástico Flávio Holmer da Rosa.
No restante do
ano de 1987, apesar das críticas de alguns tradicionalista mais conservadores e
até mesmo da resistência de parte da sociedade, foram empreendidas diversas ações para firmar
o nome do CTG na comunidade. As primeiras domingueiras e o primeiro fandango
com o Grupo Os Vacarianos, tiveram como local o Clube Recreativo Patrulhense,
gentilmente cedido pelo presidente da época, Jose Francisco Ferreira da Luz, o
Zezo. Em agosto de 1987, o Patrulha participou
ativamente da realização da 1ª Moenda da Canção Nativa, festival que surgia no
universo do nativismo gaúcho.
Mas o maior
evento promovido pelo Patrulha nestes 25 anos foi sem sombra de dúvida o grande
Fandango comemorativo ao primeiro aniversário, animado pelo grupo Os Serranos,
no dia 10 de junho de 1988, no Ginásio de Esportes Caetano Tedesco. Naquela noite memorável foram comercializadas
176 mesas e vendidos cerca de 1.500
ingressos, sem contar os mais de 200 associados em dia e seus dependentes
que entraram de graça. Foi realmente inesquecível.
No ano
seguinte, em 10 de junho de 1989, o fandango de 2º Aniversário foi realizado no
Salão Paroquial da Boa Viagem, animado pelo cantor Leonardo e Grupo Rodeio. Naquela
ocasião foi empossada a primeira patronagem eleita do CTG, tendo como Patrão o
tradicionalista Pedro Reis, meu irmão.
No mesmo
evento foi eleita em concurso e enfaixada a primeira Primeira Prenda da história do CTG, a jovem Marisa Ramos.
Nos anos
seguintes as atividades promovidas pelo Patrulha, ou que contavam com sua
participação, foram aumentando em número e alcançando cada vez mais
sucesso. Sucesso este que nós, eu e
aqueles trinta e poucos idealistas, nos sentimos orgulhosos em termos iniciado
a construir.
Parabéns à
patronagem e aos associados do CTG Patrulha do Rio Grande pelos 25 anos de amor
à tradição.
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