09 junho 2012

FRIO E BUGIO


Estes dois ingredientes, frio e bugio, se completam e são fundamentais para a cidade de São Francisco de Paula, pequeno pedaço de paraíso encravado na serra gaúcha.  Pelo menos nos dias em que acontece o Ronco do Bugio, um dos mais autênticos e conceituados festivais do Rio Grande do Sul. E foi exatamente assim, com muito frio que ocorreu de 06 a 08 de junho, a 21ª edição do evento.  A sensação térmica era glacial, tanto que na noite de quinta-feira, uma grossa camada de gelo cobria tetos e parabrisas dos carros.
Gelo cobria carros


Pra poder enxergar alguma coisa, a saída foi usar a água do mate pra derreter a crosta que se espalhava pelo vidro. Mas o frio se limitava às condições climáticas, pois a hospitalidade do povo serrano fez aquecer a alma e o coração daqueles que, como eu, lá estavam prestigiando o Ronco.  Inclusive, tive a honra de atuar como jurado, ao mesmo tempo em que prestei assessoria técnica ao pessoal da prefeitura e da Orange Produtora, responsáveis pela realização e organização do  festival, aos quais deixo agradecimentos pela confiança depositada na minha capacidade de trabalho.  Por sinal, esta experiência como jurado foi extremamente prazerosa, pois tive o privilégio de formar a mesa avaliadora ao lado de figuras importantes para a música regional gaúcha, de cuja amizade tenho a honra de desfrutar: Cristiano Quevedo, Érlon Péricles, Rivadávia Barreto e Gonzaga dos Reis.  Com estes amigos vivenciei instantes de diversão e aprendizado, de lazer e de trabalho, no frio do Ginásio de Esportes ou na volta de uma lareira, quase sempre com mate, vinho e café preto, por que água não dava pra beber, tava sempre muito gelada.
Baita parceria
Também foi maravilhosa, com sempre, a companhia da minha "patroa" Estela Lauser, a Estelinha, cuja parceria e cumplicidade são fundamentais  na minha vida.
Mas voltando ao festival, razão principal desta postagem, tenho a dizer que gostei da qualidade das música apresentadas, sobretudo na noite final. Bugios tradicionais, dividindo o palco com outros mais projetados, bons arranjos, boas interpretações, numa mostra de que é possível imprimir ousadia sem perder o sentido de autenticidade.
Ao final, todos saíram vencedores, pois mais um festival foi realizado, gerando  um produto cultural e criando oportunidades de trabalho e renda para a classe artístico musical.
Quanto a premiação, me pareceu justa, sendo que os destaques foram os seguintes:
1º Lugar e Mais Popular: Abraço Eterno 
(Dionísio Costa/Rico Baschera)
Int: Rico Baschera e Leomar Ferraz)
2º Lugar: Cordeona

Jadir Oliveira/ Jadir Oliveira Filho)
Int: Jadir Oliveira Filho e Grupo Mas Bah!
3º Lugar: Hoje e Sempre Bugio

(Edson Brito)
Int: Volnei Gomes
Melhor Intérprete: Volnei Gomes 
Melhor Instrumentista: Tiago Quadros (Bugio Domador)







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