24 dezembro 2016

GAUDERIADA EM PAUTA


De quinta-feira pra cá, tenho acompanhado mais uma polêmica relacionada a resultado de triagem de festival. Desta feita, o assunto é a Gauderiada de Rosário do Sul. Os classificados, é obvio, ficaram felizes. Os que não lograram êxito, lamentaram e até mesmo, menosprezaram os autores selecionados.
Embora não seja salutar, e muito menos ético, isto já faz parte do cenário nativista, infelizmente. Mas não é de duvidar que, daqui alguns dias, passada esta revolta, tá todo mundo chimarreando junto. O que não pode acontecer, e me perdoe quem pensa de maneira diferente, é colocar em dúvida a lisura de uma comissão avaliadora, que neste caso específico da Gauderiada, é composta por nomes cujas trajetórias artísticas são permeadas por contribuições significativas para o cancioneiro gaúcho. Joca, Juliana, Fernando, André e Zeca merecem nosso respeito, por favor. São "gente buena", acostumados com o ambiente dos festivais e que, coincidentemente, apresentam um gosto musical semelhante, o que não é nenhum pecado. Diga-se de passagem, formar comissões avaliadoras com jurados de visões parecidas sobre a musicalidade regional, tem sido muito comum. Eu, quando consultado ou responsabilizado pela formação de uma comissão avaliadora, sempre procuro indicar pessoas de vertentes poético musicais distintas. E acho que tenho acertado agindo assim.
A propósito da Gauderiada, faço questão de ressaltar o fato de ser esta a sua 35ª edição ininterrupta, conquista que outros festivais, ditos mais importantes, não conseguiram, ou ainda estão peleando pra chegar lá. Peleia, por sinal é o que não falta a comissão organizadora da Gauderiada, que luta bravamente contra as dificuldades financeiras e até mesmo estruturais que se apresentam. Mesmo assim, os envolvidos sacrificam-se para que mais uma edição seja realizada. Criticar o festival sem saber "da missa a metade", me parece injusto. Falo isto respaldado pela minha experiência como produtor cultural, criticado eventualmente.
Bueno. Mas eu to fazendo esta postagem também, visando chamar a atenção para outro aspecto que, volta e meia, igualmente provoca polêmicas: o ineditismo das músicas, ou a falta dele.
Especificamente sobre a relação das obras classificada para a 35ª Gauderiada, consultei o meu acervo de discos e me deparei com uma das músicas já registrada no CD da 1ª Aldeia da Canção Gaúcha, realizada em Gravataí, no ano de 2013. é bem verdade que o CD só saiu agora, no segundo semestre de 2016, mas está aí o fundo de caixa que não me deixa mentir. Me perdoem os autores da música, ambos meus amigos e pelos quais tenho grande admiração, mas minha condição jornalística não me permite omissão diante de um fato como este. Provavelmente os compositores me entenderão, pois se fosse o contrário eles certamente aprovariam a minha atitude.
Vida longa aos festivais !!!
FELIZ NATAL E UM 2017 ENTUPIDO DE CONQUISTAS.
Baita abraço.

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